Abr/2023 por Eb Zeca Afonso - 1º e 4º Ano
«As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós (…)»
A caminho da escola, observávamos, como escreveu o poeta António Gedeão, as árvores sós. Dia após dia, lá estavam elas, sempre tão sós, apesar de terem tantos amigos na escola mesmo ao lado. O João, a Maria, o Manuel, a Leonor e tantos outros amigos, sem esquecer os nossos e os seus amigos livros.
Amigos livros que nos oferecem lindas poesias, algumas delas lidas nas salas de aula. E foi a POESIA que os alunos dos 1.º e 4.º anos quiseram apresentar às ÁRVORES do Jardim Zeca Afonso. Convidaram as outras turmas da escola e os séniores do Lar dos Ferroviários do Pinhal Novo, e todos, em conjunto, no dia 22 de março de 2023, deram a conhecer às árvores os poemas que lhes eram familiares. As árvores deixaram de estar sós e arranjaram companhia perfeita.
Desafiamo-lo a passear no Jardim Zeca Afonso, e sugerimos que relaxe e desfrute do prazer da leitura dos poemas que se encontram nas árvores. Elas agradecem-lhe.